Quem nunca passou por uma situação assim: a pessoa é louca por você, mas você não está nem aí? Até despreza a pessoa.
Um belo dia, ela se cansa e nem olha mais na sua cara. Não é que justo nesse momento você se descobre interessada nela. Pois é, dizem que a vida é como uma roda-gigante: uma hora estamos por cima e noutra por baixo. E foi isso que Ana descobriu.
Ana e Carlos trabalham juntos a três anos. Carlos sempre chamou Ana para sair, pelo menos três vezes por dia, mas ela sempre recusou. Afinal, quem quer um cara tão “galinha”?
Porém, Carlos sempre foi muito insistente. Até que numa confraternização de final de ano, ele conseguiu roubar um beijo de Ana. Embora tenha gostado, Ana jamais admitiria isso.
Só que isso não significa que a Ana esqueceu o beijo e agora um ano depois, noutra confraternização da empresa. Lá estão eles novamente, mas algo mudou nesse ano que passou.
Carlos não chamou mais a Ana pra sair, não conversou com ela, aliás nem olhou mais para ela o ano todo. E agora ele está lá, numa roda de amigos se divertindo. Enquanto ela está sentada num sofá tentando espioná-lo. Fazendo milhares de perguntas e totalmente hipnotizada pelos três botões abertos da camisa dele.
Ana esta sentada de frente para o grupo, mas quando percebe que está sendo indiscreta demais, resolve mudar de posição. O que só piora sua situação, pois fica sentada-deitada no sofá de costas, espionando Carlos que está achando muita graça disso tudo.
Não tem como não se reconhecer nas paranoias e devaneios da Ana. Ela é como todas nós quando estamos interessadas por alguém. Tentando disfarçar da pior maneira possível.
Adorei este conto. Dei muita risada com a Ana, torci para ela conseguir chegar até os três botões que tanta angústia lhe causavam e não achei que o Carlos fosse o “galinha” que ela imaginava.