Justin
March, um investigador de religiões charmoso e traiçoeiro, volta para a
República Unida da América do Norte (RUAN), após um misterioso exílio. Sua
missão é encontrar os responsáveis por uma série de assassinatos relacionados
com seitas clandestinas. Sua guarda-costas, Mae Koskinen, é linda, mas fatal.
Membro da tropa de elite do exército, ela irá acompanhar e proteger Justin
nessa caçada. Aos poucos, os dois descobrem que humanos são meras peças no
tabuleiro de poderes inimagináveis.
Este
livro foi uma surpresa... mas não boa. Amo a Richelle Mead, mas este livro foi
o primeiro dela que quase abandonei. Aliás, só não abandonei porque não consigo
deixar um livro pela metade.
Vamos
à história: Mae Koskine, é uma pretoriana, uma supersoldada que tem suas ações
estimuladas pelo uso de um implante, que a deixa mais forte, mais rápida e
imune a dor. Após ser provocada, ela acaba perdendo o controle e batendo numa
colega durante o velório de seu ex-namorado.
"Eu sou um soldado da República. Não sirvo à minha vontade, mas à de meu país. Sou sua ferramenta e me alegro em dar a vida para proteger a glória desta nação"
Como punição foi afastada do
serviço do exército e designada para proteger um civil, Justin March. Um
sujeito cheio de vícios, arrogante, mulherengo, exilado pela RANU e o melhor
investigador de religiões da Segurança Interna. Os dois tem um começo
conturbado e se revezam entre altos e baixos no quase-relacionamento. E essa é
basicamente a história do livro.
"O fato de que toda a sua vida gira, e sempre girou, em torno de diferentes imagens. O que as pessoas pensam de você. O que as pessoas querem que você seja.E o que você quer ser. Você não gosta que as pessoas suponham coisas sobre você, mas também não está disposta a mostrar a verdade a elas."
Ah,
mas vocês devem estar se perguntando: “mas, e os assassinatos? Os deuses? E os
poderes inimagináveis?“ Essa parte acaba ficando em segundo plano. Bem pouco
aprofundada. Eles ficam vagando pelas capitanias atrás de pistas e acabam
entrando em algumas confusões, que terminam tão rápido que nem dá tempo de nos
abalarmos. Quanto aos deuses, ou estavam de férias, ou nem um pouco
interessados na história. Os poderes inimagináveis aparecem um pouco no final,
mas nem são tão inimagináveis assim.
Quando
eu li a sinopse fiquei muito animada, afinal, os livros da Richelle são sempre
fantásticos e esse prometia uma guerra com os deuses (ou entre deuses, ninguém
sabe ainda).
"Pessoas que eram apanhadas pela mentalidade coletiva dessas superstições eram facilmente levadas a comportamentos perigosos, como o Declínio tinha mostrado."
Estava
extasiada com a capa, que é linda, embora eu esteja até agora tentando entender
qual a relação dela com a história. Afinal, a imagem da capa não remete a
descrição de nenhum personagem, no máximo é parecida com Mae, mas não condiz
com o perfil dela.
Outra
coisa, que é bem pouco explorada (para não dizer praticamente esquecida) é o
título do livro. Ao contrário das outras obras da autora, que se nota a
sincronicidade entre título e história, neste só há uma citação no final que
justifica o título. Aliás, é a primeira vez que vejo o final de um livro na
contracapa, pois colocaram essa citação nela.
O
começo do livro é entediante, para uma supersoldada, com treinamento de elite e
anos de serviço, a Mae é muito cheia de mimimis. Ficou vários capítulos
choramingando por causa do Justin. Já ele, para alguém com as experiências de
vida que tem, era para ser mais maduro ou pelo menos, um pouco menos idiota. Ele
é muito observador e inteligente para as questões de religião (que por sinal não
são bem abordadas), mas é só.
Se
tirarmos os capítulos de mimimis dos dois e alguns que só estão para dar volume,
a história seria contada numas 150 páginas, no máximo.
Perdida
no meio disso (igual a nós leitores) está Tessa Cruz. Uma adolescente
inteligente e sagaz que foi apadrinhada por Justin. E que, apesar de ser a mais
jovem, parece ter mais juízo que o padrinho, exceto por uma aventura ilegal.
Mas comparada a ele, ela é a maturidade personificada.
O
crédito do livro vai para os dois corvos que “vivem” na mente do Justin: Horatio
e Magnus. Eles mereciam um capitulo só deles. São divertidos, sarcásticos e dão
o toque de humor que falta a Justin e a Mae. Foram eles que me deram ânimo para
chegar ao final do livro.
Basicamente
a ação prometida na sinopse, só se encontra no final do livro e ainda assim se
desenrola muito rápido. Embora esse seja o primeiro livro da série, o que nos faz pressupor que seria introdutório, mas o que menos temos é explicação
desse novo mundo e só sobra o drama do quase-relacionamento de Mae e Justin. Muitas
coisas que seriam importantes para o entendimento da história não são
exploradas. Ficamos por conta da imaginação para completar as muitas lacunas.
Infelizmente,
não tem como deixar de comparar com outras distopias. E, está deixa muito a
desejar. Fiquei me perguntando se a Richelle resolveu escrever apenas porque
distopia está na moda? Ou se foi pedido (pressão) da editora? Pois passa a
impressão que ela ficou tão perdida quanto nós na história.
Aproveito
para pedir desculpas aos fãs pela dureza na análise, mas como fã, fiquei
decepcionada.
Amo Academia de Vampiros, adoro a série Georgina Kincaid, ainda
não li Bloodlines (está na minha lista), mas este não fluiu. Vou dar uma nova
chance para a continuação, quem sabe a Richelle não encontre sua maestria
novamente.
Recomendo que você leia este livro, primeiro por ser da Richelle e
segundo para poder ter sua própria opinião. Afinal, cada um tem a visão de uma
parte da verdade.
Bjs
e boas leituras!
Eu amei academia de Vampiros e tenho muita vontade de ler Tabuleiro dos Deuses,porém falta dinheiro né.
ResponderExcluirA resenha está ótima,parabéns pelo blog.
Parabéns pelo trabalho qualquer horinha dessa da uma pasada no nosso blog
ResponderExcluirhttps://ospapa-livros.blogspot.com.br