Em ‘Espera’, o segundo livro da série ‘Os lobos de Mercy Falls’, Maggie Stiefvater continua a contar a história de amor entre Sam e Grace, e revela os dois lados desse amor – a luz e a escuridão, o calor e o frio. Além de Sam e Grace, dois novos narradores surgem, Cole e Isabel, oferecendo um debruçar sobre a vida dos lobos de Mercy Falls. Grace e Sam devem lutar para ficar em juntos. Para ela, isso significa desafiar seus pais e manter um segredo muito perigoso a respeito de seu próprio bem-estar. Para ele, isso significa lutar contra seu passado de lobisomem... e descobrir uma maneira de sobreviver no futuro. Adicione a essa mistura um novo lobo chamado Cole, cujo passado tem o potencial de destruir toda a matilha, e Isabel, que já perdeu seu irmão para os lobos, e, apesar disso, se sente atraída por Cole.
Atenção: Esta resenha contém spoilers dos livros anteriores da série!
Após não mais se transformar em lobo,
Sam passou a ter a vida de seus sonhos, trabalhando e vivendo com Grace.
”Eu estava
com frio, segurava um punhado de neve e era humano. O futuro se estendia à
minha frente, infinito, cada vez maior e meu, como nada jamais o fora.”
Tudo era o paraíso se não fosse três
acontecimentos para virar tudo de pernas para o ar: os pais de Grace pegam Sam
dormindo com ela, Grace tem uma febre misteriosa que só está piorando e Cole, o
novo membro do bando, não consegue ser lobo em período integral (que era seu sonho).
Isso basicamente resume o livro todo.
Este é um livro muito introspectivo,
então não recomendo para aqueles que gostam de ação. Aliás, nunca um título deu
tão certo para uma história quando este: Espera. É tudo o que o leitor faz no
livro: espera.
Esperamos que Grace não mora da doença
misteriosa que a está atacando. Esperamos que seus pais deixem de ser
hipócritas. Esperamos que Sam haja como novo líder do bando e tome atitudes.
Esperamos que Cole deixe de ser um suicida egoísta. Esperamos que Isabel pare
de ser a rainha do gelo e pare de se culpar pela morte do irmão. Enfim,
esperamos!
Creio que foi um livro desnecessário,
embora os personagens estivessem passando por um período intenso de análise
sobre a vida, sobre querer ficar nela ou deixa-la. O livro não trouxe nada de
novo, apenas as dúvidas e os medos do livro anterior. Lógico que a doença de
Grace foi uma novidade, mas ainda assim ela mais sofreu do que procurou achar
uma cura, como ela fez desesperadamente com Sam no livro anterior. Ela
simplesmente aceitou e pronto.
Por falar em Grace, ela praticamente
foi um personagem secundário nessa história. Passou a maior parte do livro
lutando com a doença e com seus pais. Mas até isso foi apático. Discussões que
não levavam a lugar algum e que os pais acabavam se esquivando. Mesmo nos
momentos de raiva, ela não os confrontava sobre o distanciamento deles durante
toda sua vida e o pouco que ela disse, pareceu não abalá-los.
Não parecia a Grace guerreira do livro
anterior, que fez de tudo para lutar por Sam, simplesmente parecia que ela
tinha desistido de lutar. Para alguém que era tão analítica no livro anterior,
me surpreendeu o fato dela praticamente não questionar o que estava lhe
acontecendo. Outro fato que estranhei, foi que quando estava longe de Sam ela
só pensava nele, mas quando estavam juntos, parecia que tinham perdido a
química.
Já Sam também involuiu do livro
anterior (primeira vez que vejo isso num personagem). No primeiro livro ele era
um garoto corajoso e responsável que lutava para ser humano e se desesperava
por isso. Neste ele era um garoto que não queria assumir seu papel de adulto.
Não aceitava que Beck não voltaria. Não lutava por Grace. Não colocava Cole no
seu devido lugar.
“Acontece
com todo mundo. Todos um dia se dão conta de que não serão crianças para
sempre, de que vão crescer. Você só está passando por esse momento um pouco
mais tarde do que a maioria de nós. Vai acabar dando um jeito.
A única coisa que ele fez foi sofrer
por ficar longe de Grace e se perder em divagações e lembranças. Até mesmo
Isabel deu-lhe um belo puxão de orelhas por não estar cuidando do bando e de
Grace como devia.
Cole foi o que mais rendeu, embora no
começo ele seja um insuportável e egoísta ex-astro do rock querendo
desesperadamente ser lobo e esquecer tudo. Ele foi crescendo durante o livro e
no final comecei até a gostar dele.
“Querer
ser lobo não necessariamente faz alguém ser ruim – disse Cole num tom neutro. –
E querer ser humano não faz alguém ser bom.”
Aliás, ele teve mais atitude do que
Sam em muitos casos (embora nem sempre essa atitude fosse admirável). Ele e Isabel
parecem cão e gato: se completam e também se atacam o tempo todo. São
totalmente antagônicos de Sam e Grace, mas creio que esses dois irão crescer
bastante no próximo livro, só não sei se juntos.
Falando em Isabel, isso me fez lembrar
que o pai dela continua sendo um ser detestável, que nem a morte do filho no
primeiro livro, conseguiu torna-lo mais humano.
Não quero estragar a vontade daqueles
que irão lê-lo, mas preparem-se para um livro mais filosófico do que de ação.
Aliás, a única ação mesmo acontece na última parte e se desenrola de forma tão
rápida, que perdeu toda a emoção e tensão que deveria estar embutida na cena.
Ainda assim, não é um livro ruim. Foi uma leitura rápida e que em muitos pontos
me fez questionar sobre minha vida.
Creio que a intenção da autora, nunca
foi criar uma série de ação, mas um livro de profundidade. São pessoas normais,
como você e eu, que vivem questionando tudo, que amam, sentem saudades e que
estão buscando uma maneira de se tornarem melhores. Mas esse livro, pouco ou em
nada mudou a história, deu mais a impressão de ser um livro de introdução para
o próximo. Então, vamos fazer o que o título manda: esperar. Esperar que o
próximo livro seja bem melhor!!
“Aninhada
em meus braços, você é uma borboleta ao contrário, abrindo mão de suas asas,
herdando minha sina, desistindo de mim, desistindo”
Então peguem seus casacos, um
chocolate quente e vamos ler Sempre!
Bjs e boa leitura!
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