DICA DE SÉRIE: SECOND CHANCE


Será que  Mary Shelley, quando escreveu Frankenstein, imaginou que sua obra serviria de inspiração tanto para a ciência quanto para as artes? Provavelmente, não. 

A busca pela imortalidade ou pela ressurreição é almejada pela ciência e sempre gera novos frutos no cinema, na literatura, no teatro ou na televisão.

Este é o caso da série Second Chance (que primeiro foi batizada de The Frankenstein Code, depois o nome da série foi trocado para Lookinglass).


Apesar das mudanças de nome e datas de estréia. A temática da série sempre foi a mesma: ressurreição.

O gênio bilionário Otto Goodwin tem de lidar com a doença terminal de sua irmã gêmea Mary. Isso já seria ruim em contexto normal, mas normal não é a palavra que faz parte da vida de Otto.


Otto tem tendências anti-sociais, dissociação da realidade e só começou a falar após os 9 anos de idade. Até então sua irmã era sua voz, a única com quem ele se comunicava com uma linguagem inventada por eles.

Por isso, Mary é quem cuida da empresa de tecnologia. Ela é sua voz no mundo. Mas Mary está em estado terminal. Nada pode salvá-la. Exceto a mais louca de todas a ideias de Otto: alterar geneticamente um indivíduo, para que este possa ser doador para Mary. Porém, isso só seria possível se o indivíduo fosse compatível com o processo... e, claro, estivesse morto.


De todos os possíveis candidatos, o escolhido é Jimmy Pritchard, um policial aposentado, moralmente corrupto de 75 anos, bêbado, de gênio difícil e com um péssimo  histórico de relacionamento familiar.


Se os gêmeos acharam que seria fácil lidar com Jimmy, erraram feio. Jimmy não se mostra feliz ou agradecido pela nova chance. Mas quer vingança contra aqueles que causaram sua morte, além de um pouco de farra.

Será que Jimmy irá realmente dar um propósito a esta segunda chance? Ou será apenas mais uma dor de cabeça para os gêmeos lidarem?


Second Chance é uma ótima série. Com vilões que beirão ao surrealismo. Embora pareça que o foco é a ficção científica, na verdade o foco é o ser humano e sua capacidade de ser um monstro.

Por isso, assim como o monstro de Frankenstein, Second Chance nos apresenta muitos monstros, mas todos internos. Desde o egoismo e desprezo de Jimmy, ao problema de Otto em fazer parte do mundo, passando por vários vilões psicologicamente destruídos com uma visão deturpada do mundo.

O piloto pode não demonstrar tudo isso, já que tem de apresentar os personagens, a introdução a história e a ação na medida certa. Mas nos episódios seguintes temos uma visão mais clara do mito de Frankenstein nos dias atuais. Logicamente, em nenhum momento é citada a obra de Shelley, mas fica implícito nos casos que aparecem.

As explicações sobre o processo de ressurreição e de como isso ajudaria a Mary ficaram corridos no piloto, mas sabemos que é difícil fazer uma grande introdução em apenas 45 minutos.

A série conta com um elenco muito bom: Rob Kazinsky, Adhir Kalyan, Dilshad Vadsaria, Tim DeKay e Ciara Bravo.


Fiz uma maratona dessa série no final de semana e gostei muito. Não é o tipo de série que você se apaixona desde o começo, mas se insistir em mais dois episódios ela gruda como chiclete e fica difícil não querer mais. 


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