Há algum tempo, comentaram num grupo
sobre os verdadeiros contos de fadas. Eu
nem lembrava mais dessas histórias, pois a versão Disney fixou tanto na minha
mente que acabo sempre lembrando delas. Porém é fato que essas histórias não
eram tão românticas e inofensivas quando foram escritas.
Lembro-me de algumas que minha
avó contava e eu adorava. Sim, adorava! Nunca fui o tipo de criança que gostava
de histórias melosas, eu amava histórias sobrenaturais, de aventura, de terror
e de mistério. Naquela época (não, não sou uma anciã, kkkkk), antes da internet
(isso é inimaginável para alguns), as histórias contadas as crianças não tinham
o objetivo de entreter ou de trazer sonhos bons. Elas eram feitas para ensinar
uma lição (e nem sempre da maneira mais agradável). Eram histórias para serem
contadas em rodas, não na hora de dormir (e nem teria como, dariam pesadelos).
Atribuem
essas histórias aos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm), entretanto, muitas delas faziam parte do folclore europeu de épocas medievais, algumas até histórias verdadeiras que
foram passada de geração a geração e como sempre “quem conta um conto, aumenta
um ponto”, assim foram até chegar aos nossos dias romantizadas pela Disney.
Então
esqueça tudo que você já leu dos contos infantis, dispa-se de seus pudores e
pense que na Idade Média não tinha o conceito de infância como os de hoje. Crianças eram apenas os bebês, quando saíam
dessa fase já podiam trabalhar e aprender a ser adultos. Mas as histórias não
eram para entreter as crianças e sim, os adultos. Camponeses, guerreiros,
ladrões, nobres, qualquer um que quisesse ouvi-las. Então, os finais não são
felizes, porque a vida dessas pessoas geralmente não tinham finais felizes. O
mal sempre estava a espreita, esperando por um deslize da vítima.
Lembrem-se que demônios,
fantasmas, lobisomens e outros monstros eram seres reais para aquelas pessoas e
estavam sempre rondando florestas e estradas. Não havia vampiros apaixonados
por mortais ou lobisomens sarados. Eram monstros que desejavam apenas fazer o
mal. Entretanto o mal não estava só neles, estava nas pessoas também, por isso
toda história tinha um ensinamento que vinha de alguma desgraça acontecida.
Esperava-se que o ouvinte ficasse
tão apavorado ou impressionado, que assim evitaria que o mesmo mal caísse sobre
si. Afinal, o mundo era muito perigoso
(embora hoje esteja pior)!
A sexualidade também era
explorada nessas histórias, algumas falam estupros e pedofilia (esse termo é
atual, na época esse tipo de ato não era tido como incomum, apenas se
preocupavam com o nome da família cair em desgraça caso alguma menina se
envolvesse com um homem). Lembrem-se que estamos falando de outra época com
outros conceitos de certo e errado. Por
isso as histórias foram reescritas, para se adaptar aos conceitos morais de
atualmente. E continuarão sendo, até (temo eu) o Lobo Mau virar um cachorrinho
que precisa de adestramento.
Não me interpretem mal, não estou
dizendo que devemos contar as crianças histórias macabras! Mas não podemos
deixar que as verdadeiras histórias se percam. Pensando nisso, resolvi procurar
os Contos de Fadas Originais e apresentar para aqueles que cresceram com as
fábulas da Disney.
Então nos próximos dias, vou
contar a vocês os verdadeiros contos de fadas, ou deveríamos chamar de contos
de terror. Então, proponho que vocês os
leiam numa madrugada de tempestade, a luz de velas, com o vento uivando na
janela e os raios riscando o céu como nossos antepassados da Idade das Trevas.
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