DIA 3 - SEMANA ÍMÃ: LADO PSICOLÓGICO DE SER ÍMÃ DE TRASTE

Olá, Clã!!! 

Hoje vamos postar a entrevista com a psicológa Tahiana Andrade S. Borges sobre o tema: o lado psicológico de ser uma mulher ÍMÃ DE TRASTE.

Por que algumas mulheres atraem cafajestes?

"Não me lembrava de nenhum namorado bonzinho, que não tivesse detonado meu coração. Eu nunca terminei com nenhum deles. Sempre foram eles que pularam fora. Aquilo podia ser um sintoma. Talvez eu realmente fosse um ímã de traste, mas precisava ver com meus próprios olhos." 
(Trecho de Ímã de Traste)

A frase acima é de Valerie, personagem do romance Ímã de Traste mas, apesar da história ser fictícia, ela expressa a realidade de muitas mulheres: a tendência em ser atraída apenas por cafajestes. 

A ideia parece estranha e expressa um sentimento ambíguo de amor e autodestruição, em que, por conta do sentimento que a mulher nutre pela outra pessoa ela acaba preterindo a si mesma, ficando com a autoestima baixa, tendo suas emoções e necessidades negligenciadas e, acima de tudo, sua necessidade de parceria, companheirismo e amor desprezadas.

Mas então, por que isso acontece? Por que muitas mulheres parecem ter o “dedo podre” para homens? Por que algumas mulheres reconhecem que são ímãs de trastes e, mesmo assim não conseguem cair fora dessas relações conturbadas?


Na realidade, alguns estudos de comportamento em Psicologia conseguem identificar os motivos pelos quais algumas mulheres se submetem a essas relações degradantes. Baseada nesses estudos e na vida de Valerie (que representa milhares de mulheres), descrevo os 4 principais motivos que tornam uma mulher um ímã de trastes:

1 – Os cafajestes são sedutores

Há uma tendência, em qualquer pessoa, de fingir características positivas para alguém com o intuito de conquista-la afetivamente. O fato é que homens cafajestes normalmente possuem autoestima elevada e excesso de autoconfiança. Essa autoconfiança transmite uma falsa segurança à mulher, que na maioria das vezes sente-se frágil e sozinha quando está solteira. 

2 – A relação é um ciclo vicioso

Aos poucos a mulher percebe alguns erros em sua relação. Ela desconfia que o cara a está enganando, enrolando e mentindo, mas o que a mantém nesse relacionamento é algo que nós psicólogos comportamentais chamamos de reforço intermitente: ao mesmo tempo em que ele a engana, ele supre algumas de suas necessidades afetivas fazendo com que apesar de não estar completamente satisfeita e segura, a mulher prefira estar mal acompanhada do que sozinha. Podemos comparar esse sentimento a uma sensação de comer algo viciante, que fará mal à sua saúde, que te fará engordar, que te deixará com culpa logo após terminar de ingeri-lo, porém, o prazer momentâneo provocado por aquela comida parece superar qualquer consequência negativa!

Além disso, muitas relações são conduzidas de forma que a mulher sinta que não consegue mais viver sem o outro. Há uma prisão e um forte envolvimento emocional que levar a mulher a gostar da sensação de vivenciar fortes emoções. 

3- Acha que vai conseguir mudar o homem

Em muitos casos as mulheres acreditam que seu amor será capaz de modificar a outra pessoa. Por causa dos romances, das novelas, do mito do amor perfeito e ideal, muitas pensam que o amor é um sentimento acima do bem e do mal, o único sentimento capaz de mudar uma pessoa. Então, passam a investir em uma relação fadada ao fracasso por acreditarem que uma hora ou outra o cara irá perceber que ela é “a mulher da vida dele”, o que nunca acontece!

4 – A mulher sente que a culpa é dela

O último estágio da atração feminina por trastes é a crença de que o problema não são os homens mas, o problema é ela. O dito popular de que “os homens não prestam” transmite uma ideia de generalização que faz a mulher acreditar que todo homem é igual, que todo homem é cafajeste e que, não importa com quem se relacione, ela sempre irá sofrer. Assim, desenvolve-se uma crença de que é a mulher quem deposita falsas expectativas em suas relações, que é ela que não é boa o suficiente para homem nenhum, de que o erro é sempre dela e nunca deles.

Como disse a própria Valerie: “6 traste, 6 erros, 6 apostas e um coração partido em mil pedaços! Será que eu era tão ruim assim? Minha autoestima estava abaixo de zero e caindo sem dó nem piedade!”

Então, o que fazer para fugir dessas relações destrutivas e deixar de ser um ímã de traste?

A melhor forma para fugir dessas relações é reconstruindo a própria imagem, buscando o autoconhecimento e, acima de tudo, fortalecendo a autoestima com crenças positivas a respeito de si mesma. Nem sempre será possível redescobrir-se sozinha e a mulher precisará da ajuda de um psicólogo que, no processo terapêutico a ajudará a reconduzir sua vida amorosa e a repensar o que pensa a respeito de si mesma a ponto de reconhecer que não precisa de homens ou sentimentos que a completem pela metade mas, de algo que a complete por inteiro. Assim, aos poucos, a mulher será capaz de perceber que o erro não está nela, mas na forma em que busca o amor. E, assim, possam concluir que príncipes encantados não existem mas “existem homens que não querem ser salvos nem salvar ninguém, só querem dividir a vida e caminhar de mãos dadas”.


Tahiana Andrade S. Borges
Psicóloga, CRP-03/7420
Especialista em Gestão de Pessoas

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